Padilha relata 17 casos de intoxicação por metanol desde agosto
Segundo ministro da Saúde, alta dos casos representa comportamento epidemiológico diferente do registrado na série histórica
Brasília|Do R7
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Na manhã desta terça-feira (30), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou de uma entrevista coletiva para esclarecer as ações do governo diante da alta de casos de intoxicação por metanol.
Em São Paulo, três mortes foram confirmadas por suspeita de consumo de bebidas falsificadas. Segundo Padilha, ao menos 17 casos foram notificados entre agosto e setembro somente no estado, número que chega próximo à média anual da série histórica nacional.
“Nós temos, na nossa série histórica, cerca de 20 casos por ano, que são devidamente notificados pelos profissionais do Sistema Único de Saúde e enviados no nosso sistema de notificação nacional”, disse.
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O ministro apontou que a alta de notificações no estado paulistano já representa um comportamento epidemiológico. “Normalmente, os casos de intoxicação por metanol no Brasil estavam associados a pessoas em situação de rua, que vão atrás do metanol que é vendido como combustível, ou pessoas numa ação de autoagressão”, explicou.
Autoridades suspeitam da participação de organizações criminosas na adulteração de bebidas, o que demanda uma ação em conjunto dos ministérios. Padilha anunciou a publicação de uma nota técnica do Ministério da Saúde para detalhar os procedimentos para identificação de casos.
O ministro ainda listou os sintomas da intoxicação. “A primeira coisa que aparece é a dor, uma dor muito diferente, uma dor em cólica. Não é a queimação, não é a azia”, disse ao explicar que a ingestão de metanol também pode causar alterações na visão, uma vez que o fígado metaboliza o composto químico e libera substâncias nocivas ao sistema nervoso central.
Intoxicação por metanol
O número de casos de intoxicação por metanol dispararam no estado de São Paulo durante o mês de setembro. A substância é altamente tóxica, mesmo em pequenas doses, e ataca o sistema nervoso.
Até agora, três mortes foram confirmadas até a última segunda-feira (29). Dois dos óbitos foram confirmados em São Bernardo do Campo e outro na capital paulista. Todas as vítimas consumiram bebidas alcoólicas adulteradas, o que levou à intensificação das ações de fiscalização pela Polícia Civil e órgãos reguladores.
A principal causa é o consumo de bebidas destiladas contaminadas, especialmente gin, vodca e uísque, vendidas em bares, festas, lojas de conveniência, adegas e distribuidoras.
Também chamado de álcool metílico, o metanol é um biocombustível altamente inflamável, obtido por destilação destrutiva de madeira, processamento da cana-de-açúcar ou a partir de gases de origem fóssil.
Ao menos dez casos foram registrados até o momento por pessoas que compraram drinks em bares ou dos próprios destilados lacrados em adegas. Em um dos casos, a empresária Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após o consumo de vodka adulterada.
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